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Na Política, a artificialidade não é novidade
O comentário de Gilson Aguiar por Gilson Aguiar em 12/08/2024 - 08:00
IA vai invadir a campanha
Na semana que vem começa a campanha eleitoral. Os meios de comunicação estarão tomados pelo conteúdo de partidos e candidatos. Com uma novidade, esta será a primeira eleição em que a Inteligência Artificial (AI) será utilizada. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), tomou a iniciativa de estabelecer regras para o uso de IA durante as propagandas. Quem usar terá que identificar.
A medida vai desde o uso de marca d’água e fotos e a informação em sons e vídeos que forem utilizados. A Inteligência Artificial não pode ser manipulada sem que o eleitor saiba. Logo, colocar mensagens na boca de quem nunca disse pode levar a suspensão da propaganda. Dependendo do grau de gravidade, impugnação.
O que impressiona é o uso da mentira como forma de convencimento. A realidade não é o que parece. E a tecnologia contribui para isso. Contudo, a prática não é nova e caluniar, mentir, propagar informações distorcidas, a falsidade já faz parte de uma campanha eleitoral a muito tempo. Agora, os recursos ficaram mais aprimorados e no local onde deveria existir informação há a desinformação.
Mentir não é novidade.
Enfim, mentir já faz parte do jogo do poder e não é de hoje. Talvez, a grande novidade é o aprimoramento do ambiente de enganação, a mensagem é falsa com uma qualidade incrível, logo, parece que estamos mergulhados em um ambiente de ficção científica.
Muitos candidatos também são fakes. Construídos com a aparência digital, se colocam no mundo da internet por uma fantasia que é propagada e constrói uma imagem distante da realidade de quem conhece o ser humano e pode “ver para crer”. A verdade fica restrita a quem o conhece pessoalmente, agora se propaga nas mídias digitais a mentira, a pura fantasia.
Logo, a lógica da propaganda do produto, o marketing do mercado atinge o eleitor. O que ocorre é simples, a linguagem dos produtos, dos serviços oferecidos para o consumo é a mesma para o candidato. A fantasia é a regra para se consolidar o personagem político, cada vez mais distante do ser humano real.
E não pense você que o eleitor está sendo enganado, não imagine você que uma população inocente está sendo manipulada e usada para interesses torpes. O eleitor é cada vez mais um consumidor de fantasias e quer se desprender da realidade. Ama mais o sonho apresentado do que a realidade dura a ser encarada. O eleitor deseja ser convencido pela ilusão e abraça a indústria da fantasia.
Enfim, temo que a realidade seja a grande perdedora desta eleição.
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