Sem outros não há um eu…
Imagem Ilustrativa/Foto: Pixabay/Domínio Público

Opinião

Sem outros não há um eu…

O comentário de Gilson Aguiar por Gilson Aguiar em 21/12/2019 - 10:17

 

Não temos que viver a vida de ninguém, temos a nossa para a qual responder. Somos um ser solitário em nossa existência, essência. Não podemos transferir vontades, desejos, dor e amor. Nada expressa melhor do que a solidão de um sentimento, decisão ou ação do que a responsabilidade. Sim, não há outros que possam resolver, o problema é nosso.

Contudo e por tudo, os outros são importantes, necessários e constantes. Com eles é que construímos nossas possibilidades. São neles que refletem em nós suas ações e as nossas neles. Estamos eternamente vivendo acompanhados em nossa “solitária” existência. Erramos e acertamos em relação aos outro e outros. Tantos são eles quanto maior a nossa responsabilidade pelos nossos atos.

Por isso, não há uma liberdade de se fazer somente o que se quer, mas saber que nosso desejo reflete em alguém ou em outros e respinga em nós, isso quando não nos invade e pode nos afogar. Saber a proporção do que temos o poder de fazer é um bom ponto de partida. Saber da capacidade de agir e que nos cabe decidir.

Temos também a fantástica decisão de fundamentar a ação no querer. Sabemos o que desejamos? Temos a dimensão do que repousa em nós como vontade? Há consciência da escala de “valores” do que desejamos? Temos que ter prioridades. Saber compor na dimensão necessária da consciência em relação aos outros do que nossas vontades podem refletir.

Por fim, devemos ou não fazer. Temos uma obrigação com o mundo que vivemos, com a função que assumimos. A tal da responsabilidade. Os princípios que se traduzem para os maduros na ética. Há uma relação direta de nossa função com os seres que nos rodeiam. A tal da obrigação.

Logo, solitários em meio a tantos outros. Não dispomos do mundo como queremos. Precisamos responder a ele com responsabilidade. Fazemos parte de uma relação complexa. Ela nos gera possibilidades. Podemos e devemos traçar um caminho original, nosso. Porém, traçado em uma pele social da qual fazemos parte e mantemos viva e que necessitamos para viver.

 

Este comentário foi ao ar em 20/12/2019 às 07h50.

 

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