Opinião
Sem trabalho e sem estudo o futuro é incerto
O comentário de Gilson Aguiar por Gilson Aguiar em 27/03/2024 - 08:00
O futuro bate a nossa porta.
Estamos negligenciando o futuro. A preocupação com o imediatismo carrega em si um risco letal. Nossa visão limitada sobre os desdobramentos dos acontecimentos, a previsibilidade que pouco rodea nossa mente, pode mudar o cenário do que estamos vivendo hoje significativamente.
Observe, por exemplo, o número de jovens que não trabalham e nem estudam. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), um em cada cinco jovens entre 15 e 29 anos nem trabalham e nem estudam. São 22,3% das pessoas nesta faixa de idade.
Estas pessoas são o futuro, senão em sua totalidade, parte considerável dele. Esta população irá constituir família, terá filhos. Esta população continuará sua jornada a busca de realizar interesses, independente de quais sejam. Como faram para realizá-lo será uma incógnita.
Nunca podemos esquecer que qualquer desejo que se queira realizar dependerá de outros. E estes, terão que pagar o preço desta demanda. A grande questão é: o quanto terá que se pagar por um futuro sem qualificação e emprego?
O perfil dos que estão em risco é um velho conhecido.
Como sempre e sem fugir a regra, a maioria dos que estão fora do mercado de trabalho e fora da sala de aula são mulheres pretas, 43,3%. Homens pretos são 24,3%.
Dos 10,9 milhões dos que nem trabalham e nem estudam, 4,7 milhões, quase a metade, não estão dispostos a mudar de condição. Não estão procurando emprego.
Estamos em uma tendência que não é somente uma realidade brasileira. Porém, segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil é o segundo colocado em percentual de jovens ném-ném. O primeiro é a África do Sul.
O mundo vive um aumento deste número de pessoas na condição de ausência de trabalho e estudo. Há uma dispensa crescente de força-de-trabalho de baixa qualificação. O mercado já não absorve com tanta facilidade os que estão em idade de iniciar sua vida profissional.
Porém, é preciso fazer alguma coisa com urgência. Gerar programas de qualificação para jovens e prevenir esta condição com o direcionamento de adolescentes a programas de qualificação e gestão pessoal. Os seres humanos precisam ser alertados sobre o futuro.
Voltamos ao começo de nossa conversa, o futuro chega e ele tem seu preço. Precisamos ficar mais atentos.
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