Opinião
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Pouca gente percebe o quanto a cultura de uma empresa é determinante para o seu sucesso — ou para o seu fracasso. Mais do que estratégias, produtos ou investimentos, é a cultura que define os comportamentos, os valores e as decisões que moldam o futuro de um empreendimento. E o ponto de partida dessa cultura está nos fundadores da empresa.
Quando uma organização nasce, são seus criadores que determinam os valores, as regras e as experiências que, com o tempo, se incorporam ao modo de ser da empresa. São eles que formam a base de uma identidade que será transmitida aos novos colaboradores, moldando a maneira como o trabalho é feito e como as pessoas se relacionam dentro daquele ambiente.
Os fundadores exercem uma influência profunda: dão o tom da conversa dentro da empresa, definem a forma como os problemas são enfrentados e determinam quem serão os líderes — as figuras centrais da estrutura organizacional. Em muitos casos, essa liderança inicial é o espelho em que os demais funcionários se miram.
No início de uma empresa, é comum que os fundadores cultivem uma proximidade com os colaboradores, criando práticas que podem ser inspiradoras — quando refletem ética, dedicação e comprometimento — ou, ao contrário, nocivas, quando trazem consigo comportamentos inadequados.
Assim, o fundador pode ser tanto um bom exemplo quanto um mau exemplo, e disso depende muito o tipo de cultura que a empresa irá consolidar com o passar dos anos.
As práticas dos fundadores não desaparecem com o tempo. Elas tendem a se transformar em hábitos institucionais, repetidos e reproduzidos sem reflexão. Quando essas práticas são negativas, podem gerar vícios perniciosos que comprometem a racionalidade e a lógica do negócio.
Imagine uma empresa em que os fundadores fizeram negócios de forma ilícita, favoreceram parentes ou permitiram ascensões profissionais sem critérios técnicos claros. A mensagem transmitida aos colaboradores é de que o mérito não importa — o que conta é a proximidade pessoal com o dono.
Esse tipo de comportamento distorce os valores da organização e mina a confiança interna. Quando “quem é mais amigo do dono tem mais chance”, cria-se um ambiente de desconfiança, desmotivação e injustiça.
Uma cultura empresarial moldada por favoritismos e práticas antiéticas é, inevitavelmente, nociva ao desenvolvimento do negócio. Por isso, é essencial que os fundadores — e também os gestores que lhes sucedem — estejam atentos à forma como seus comportamentos influenciam o ambiente interno.
A cultura de uma empresa pode ser sua maior força ou sua maior fragilidade. Ela pode construir reputações sólidas, baseadas em confiança e integridade, ou destruir valores e relacionamentos com o tempo.
Em resumo, toda empresa carrega em si o espírito de seus fundadores. É dever deles garantir que esse legado seja um exemplo de ética, coerência e profissionalismo, e não um obstáculo ao crescimento e à credibilidade da organização.
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