Ouça "A Semana na História" toda segunda-feira, com o professor e historiador Reginaldo Dias, às 11h50, com reprises às 14h50
A semana na História
Em 5 de junho de 1947, cerca de dois anos após o final da Segunda Guerra Mundial, o Secretário de Estado dos EUA, George Marshall, anunciou o Plano de Reconstrução da Europa, que ficaria conhecido como Plano Marshall. Como assinalou o historiador Sidnei Munhoz, vinculado ao programa de Pós-graduação em História da UEM, “a Europa estava arrasada. Os países mais industrializados do continente passaram de credores a devedores de vultosas somas. A situação social era preocupante. Não havia energia, comida e habitações para suprir as necessidades básicas da população e suportar a retomada da produção. As instituições do velho continente haviam desmoronado e surgiu um vácuo de poder, principalmente no Centro e no Leste da Europa”.
Inicialmente, cogitava-se da hipótese de imposição de drásticas sanções aos derrotados, como a Alemanha, mas dois fatores foram decisivos para influenciar a recusa de uma política de terra arrasada e a adoção de uma política de investimentos para a reconstrução da economia e das instituições.
O primeiro fator decorria das lições do final da Primeira Guerra Mundial. Na configuração da nova ordem mundial que se seguiu àquele conflito internacional, os vencedores impuseram severas sanções à Alemanha por meio do Tratado de Versalhes. O período que separa as duas grandes guerras foi de instabilidade econômica e política, de eclosão de movimentos revolucionários e da ascensão do fascismo na Europa, principalmente na Alemanha e na Itália. Em 1939, eclodiu a Segunda Guerra.
O segundo fator decorria da nova ordem mundial que se estabelecia após a Segunda Guerra, caracterizada pela disputa de hegemonia entre as duas potências emergentes, os EUA e a União Soviética, que dividiram o mundo em áreas de influência. Nascia a chamada Guerra Fria.
Pelo papel que desempenhou na derrota do nazismo, a União Soviética saía da guerra com grande prestígio internacional e com o comando das áreas que liberou com o avanço do seu exército. Portanto, na ótica da política internacional dos EUA, a instabilidade econômica e política da Europa deveria ser combatida com investimentos maciços, visando à reconstrução e expansão da economia capitalista e de suas instituições. Esse investimento visava à integração desse bloco com a economia dos EUA, necessária para conter a hipotética expansão dos interesses da União Soviética e assegurar a hegemonia dos EUA e de seu modelo de sociedade, o assim chamado American Way of Life.
Como explica o professor Sidnei Munhoz, historiador especializado nos estudos sobre a Guerra Fria, o Plano Marshall constitui-se em uma das estratégias de intervenção dos EUA objetivando a edificação da nova ordem mundial. Foi antecedido pela criação do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional. Na sequência, haveria a criação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a aliança militar liderada pelos Estados Unidos, que sobreviveu ao fim da Guerra Fria e existe em nossos dias. Um emblema da manutenção da hegemonia internacional dos EUA.
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