Imagem Ilustrativa | Foto: Reprodução TV Brasil

Em 20 anos, um terço dos brasileiros terá 60 anos ou mais. Um estudo, intitulado Future-Proofing the Longevity Economy, alerta que as empresas precisam rever suas estratégias organizacionais, não apenas para lidar com equipes multigeracionais — que já podem somar cinco gerações ativas no mesmo ambiente de trabalho —, mas também para compreender os impactos do envelhecimento sobre o comportamento do consumidor, o desenho de produtos e a oferta de serviços no médio e longo prazo.

Dados do relatório apontam que, até 2080, haverá mais pessoas com 65 anos ou mais do que crianças com menos de 18 anos no mundo. Em 2050, a população global com 65+ deverá atingir 1,6 bilhão. Para atender a essa nova configuração, será necessário criar 475 milhões de empregos no setor de cuidados até 2030 — número essencial para suprir as crescentes demandas de cuidado profissional, suporte médico e serviços especializados.

O estudo também chama atenção para o impacto financeiro do cuidado familiar: pais que interrompem suas carreiras — especialmente mães — para cuidar de familiares, podem se aposentar com até 22% menos de economia previdenciária do que aqueles que permanecem no mercado de trabalho.

Em um momento em que o debate sobre longevidade ainda se concentra majoritariamente em questões previdenciárias e de saúde, o desafio é ampliar o olhar para a transformação profunda que esse cenário impõe à governança corporativa e à inovação estratégica, alerta Jurema Aguiar, especialista em governança e conselheira com atuação em empresas e organizações nacionais e internacionais. Para ela, o tema longevidade precisa ser incorporado às decisões de negócio, desde o recrutamento e seleção de talentos até a possibilidade de oferecer novos produtos e serviços e experiências ao consumidor que está envelhecendo.

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