Gilson Aguiar: 'mobilidade é hábito'
Imagem ilustrativa/Pixabay/domínio público

Opinião

Gilson Aguiar: 'mobilidade é hábito'

O comentário de Gilson Aguiar por Gilson Aguiar em 01/11/2018 - 08:07

Será que um dia os automóveis irão diminuir nas vias públicas? Esta é uma questão que envolve a necessidade de cada um. Como resolvemos nossas necessidades. A aquisição dos automóveis se tornou um busca de comodidade no deslocamento urbano. A segurança e agilidade que o veículo a motor individual dá justifica seu uso.

A superação desta condição é gerar um meio de transporte que dê a mesma comodidade. É possível? Sim. Mas ele deve contaminar as pessoas no seu dia a dia. Ser atraente diante de uma situação de desconforto que o uso do automóvel pode gerar. Na cidade, na atualidade, os carros começam a ser um desconforto no seu deslocamento. Em grandes cidades, há um congestionamento irritante e que toma boa parte do tempo de deslocamento.

Em conjunto com esta condição de desconforto novas formas irão surgindo. Deixar de dirigir e usar o taxi ou um dos aplicativos de mobilidade pode ser uma saída. Tenho usado o Uber constantemente e conversado com os motoristas. Eles falam do aumento significativo de pessoas que usam o serviço do aplicativo para se deslocar. Relatam do cansaço de usar o veículo próprio por estas pessoas. Espero que isso cresça.

Esta mesma comodidade deve chegar ao transporte coletivo. Os ônibus devem ser atraentes enquanto ambientes de segurança e conforto. As linhas de transporte devem ser planejadas e as vias públicas preparadas para ter canaletas exclusivas para os coletivos. É preciso atender as demandas de deslocamento como prioridade.

Em um longo prazo, o planejamento urbano também conta. Dar a cidade uma distribuição de espaços que permita a racionalidade dos serviços e produtos para a população. Fazer com que determinados ambientes e zoneamentos urbanos estejam voltados a atender ao máximo possível a população mais próxima, o que chamamos de cidade adensada. Reduzir a necessidade do deslocamento para longas distâncias.

A cidade precisa ser um local mais civilizado. O automóvel como principal meio de transporte não permite isso. Um objeto de grandes proporções e em grande quantidade, que se deslocam constantemente e gera um ambiente de risco. Diante da fragilidade do corpo e os ambientes que acumulam automóveis em deslocamento constante, parte considerável da população está uma condição perigosa.

Mas a mudança já está ocorrendo. Ainda de forma lenta. Esperamos que se acelere na proporção que novos serviços são oferecidos. Talvez, o domínio do automóvel nas vias públicas está chegando ao fim em um tempo mais curto do que imaginamos.

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