

Opinião
Longevidade e o Desafio Ético do Mercado Imobiliário
O comentário de Gilson Aguiar por Gilson Aguiar em 02/07/2025 - 08:00
O Brasil está envelhecendo — e isso é uma boa notícia
Vivemos mais. Essa é uma realidade incontestável e uma conquista social. Em 2022, segundo dados do IBGE, 11% da população brasileira já tinha 65 anos ou mais. A previsão é ainda mais impressionante: até 2050, dois terços dos brasileiros terão ultrapassado os 60 anos de idade.
Essa mudança demográfica traz consigo uma série de implicações que vão além das estatísticas. É um chamado para que setores estratégicos da sociedade — como o mercado imobiliário — repensem suas práticas com base na ética, na responsabilidade social e na valorização da diversidade etária.
Mais que consumidores, seres humanos com desejos e direitos
O setor imobiliário precisa superar a visão tradicional centrada apenas na oferta e demanda de imóveis. É preciso enxergar as pessoas com mais de 65 anos não como "resíduos de consumo", mas como indivíduos plenos: com desejos, patrimônio, autonomia e necessidades específicas.
A ética impõe um compromisso: respeitar a dignidade dessa parcela crescente da população. Isso significa criar soluções imobiliárias que realmente atendam às suas demandas, promovendo bem-estar, acessibilidade e qualidade de vida.
Acessibilidade, inclusão e serviços adequados: pilares de uma nova cultura
Imóveis mais acessíveis, condomínios com estrutura inclusiva, ambientes preparados para acolher as limitações e os ritmos do envelhecimento — tudo isso deve ser parte da agenda do mercado imobiliário. E mais: é necessário oferecer serviços que respeitem o tempo, os valores e o estilo de vida das pessoas idosas.
Não se trata apenas de adaptação técnica, mas de uma transformação cultural. A longevidade exige uma mudança de mentalidade. Valorizar os idosos não é apenas uma questão de mercado; é uma questão de civilidade.
Ignorar os idosos é ignorar o futuro
Negligenciar essa população é fechar os olhos para o que está por vir. O futuro é dos idosos — e será, cada vez mais, moldado por eles. Incorporadoras, imobiliárias, síndicos e administradoras precisam reconhecer esse cenário e desenvolver práticas, produtos e serviços voltados para a longevidade.
O que é novo e promissor no mercado não é mais exclusivo da juventude. O presente — e o futuro — pertencem aos mais velhos. Aqueles que vivem mais e, com justiça, querem viver melhor.
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