Mulher é desenterrada pela família para velório ‘decente’
Familiares conseguiram desenterrar a aposentada e fazer uma cerimônia religiosa decente após o resultado do exame - Foto: Arquivo familiar

Suspeita de covid-19

Mulher é desenterrada pela família para velório ‘decente’

Paraná por Fabio Guillen/GMC Online em 04/05/2020 - 15:30

Depois de alguns dias de muita angústia e tristeza, os familiares de Eva Maria da Silva Rigo, de 63 anos, conseguiram fazer uma despedida “decente” para a aposentada, que foi sepultada às pressas em Doutor Camargo na última semana com suspeita de Covid-19.

O resultado do exame apontou que Eva não morreu por causa do novo coronavírus e, com isso, a família conseguiu desenterrar o corpo, chamar o padre e fazer uma cerimônia religiosa de despedida.

A filha da aposentada, Márcia Rigo, disse que foram dias angustiantes, mas que agora estão um pouco mais tranquilos.

“Depois do resultado do exame o prefeito autorizou a gente a retirar ela do túmulo comum e levar para o jazigo da nossa família onde está a mãe e o pai dela. Na hora a gente não teve opção de escolher. Foi tudo feito do jeito deles e às pressas. Mas aí o prefeito autorizou e fizemos um novo enterro. O padre deu a unção e conseguimos fazer alguma coisa. Não era do jeito ainda que a gente queria mas foi o melhor para o momento”, disse Márcia Rigo.

A família está revoltada com o desencontro de informações e com o que eles chamam de falta de respeito por parte do Hospital Municipal de Doutor Camargo. Eva Maria da Silva Rigo teria chego no hospital no dia 27 de abril pela manhã com vômito e falta de ar.

De acordo com a filha da vítima, foi feito um eletrocardiograma e o médico disse que ela estava com problemas no coração. A filha disse ainda que em nenhum momento foi falado que poderia ser a Covid-19, nem quando anunciaram a morte perto das 15h do mesmo dia.

“A gente entrou lá e teve contato com ela. Eu mesmo entrei, beijei minha mãe, me debrucei em cima dela e aí na hora de liberar o corpo falaram que era suspeita de coronavírus e que teria que ser enterrada sem velório. Porque deixaram eu entrar então se fosse realmente suspeita de coronavírus? E o diretor do hospital chamou até a polícia. A gente achou isso tudo muito estranho. Mas mesmo sem eles respeitar nosso luto a gente aceitou fazer o enterro às pressas e do jeito deles”, disse a filha da vítima, Márcia Rigo.

Com o resultado negativo em mãos, a família conseguiu fazer uma cerimônia mais decente para a aposentada, mas todos estão bem tristes com a forma como foram tratados nesse momento tão difícil.

 

Outro lado

A reportagem do GMC Online procurou a direção do Hospital Municipal de Doutor Camargo. A telefonista anotou o e-mail da redação, por volta das 14h, e disse que o setor de comunicação enviará um e-mail com a posição do hospital.

 

Ouça a reportagem:

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